segunda-feira, 7 de julho de 2014

RESUMO - Juran na Liderança pela Qualidade

Irei postando alguns resumos sobre livros importantes para os profissionais da Gestão da Qualidade.

O Livro "Juran na Liderança pela Qualidade" é muito importante para uma noção sobre uma visão gerencial. Com conceitos antigos mas ainda utilizáveis, Juran demonstra porque é considerado um dos pais da Gestão da Qualidade contemporânea.

Nota: 9,0

JURAN NA LIDERANÇA PELA QUALIDADE (1990)

RESUMO



  1. QUALIDADE - UMA REVOLUÇÃO CONTÍNUA:

O objetivo deste capítulo é o de fornecer uma perspectiva de “lições aprendidas” na obtenção pela qualidade.
As necessidades humanas pela qualidade existem desde a antiguidade.
Ao longo dos séculos as estratégias de gerenciamento para a qualidade sofreram mudanças contínuas em resposta à sucessão contínua de mudanças nas forças políticas, sociais e econômicas.
Durante este período, a alta gerência se separou do processo de gerenciamento pela qualidade.
A revolução japonesa se baseou na criação de estratégias inéditas:
 - Alta gerência na gestão da qualidade;
 - Treinamento para todas funções e níveis;
 - Melhoramento da qualidade em um nível contínuo e revolucionário.

  1. COMO PENSAR SOBRE QUALIDADE:

Um obstáculo oculto para a gestão da qualidade, está na diferença entre os conceitos sobre qualidade.
Qualidade é adequação ao uso.
Esta definição se bifurca em:
 - Características dos produtos que atendem a satisfação dos clientes;
 - Ausência de deficiências.
Produto é a saída de qualquer processo (bens ou serviços).
Cliente é qualquer um afetado pelo produto (interno ou externo).
Trilogia Juran de gerenciamento pela qualidade:
 - Planejamento da Qualidade;
 - Controle da Qualidade;
 - Melhoramento da Qualidade.

  1. MELHORAMENTO DA QUALIDADE:

A grande maior dos projetos de melhoramento da qualidade não depende de muito capital para investimentos. Qualquer processo que já produz cerca de 80% de bom resultado, através do ajuste fino, pode passar à produzir cerca de 90% do mesmo resultado (+ 10%).
Essa mesma ausência de alto investimento da qualidade é uma das principais razões porque as melhorias da qualidade têm um retorno sobre o investimento tão elevado.
Apesar disso, devemos ter noção que melhoramentos da qualidade não vêm de graça, pois existem necessidade de recursos e mão-de-obra que muitas vezes complementam a melhoria.
O fator mais decisivo na competição pela liderança da qualidade é a taxa de melhoramento de qualidade.




  1. PLANEJAMENTO DA QUALIDADE:

Estudo de Santayana: O filósofo George Santayana observou certa vez que: “Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados à repeti-lo”.
Este estudo foi nomeado por Juran, para ilustrar a situação que muitas empresas vivem. A empresa passa por determinada dificuldade à muito tempo, existe um histórico com estes dados, porém não há um funcionário competente para analisar este histórico e implantar uma ação para modificar este resultado.
O Estudo de Santayana é aplicado de maneira seletiva nas indústrias, sua maior aplicação é referente aos CICLOS DE ALTA FREQUÊNCIA.
EX: empresa de energia elétrica verificou um índice elevados de contas emitidas erradas no ano, a empresa analisou os registros e agiu em função disso para diminuir este problema.
Estes históricos de lições aprendidas, podem ser compilados de várias formas, tais como:
-Banco de Dados: coleção de várias entradas organizadas para facilitar a busca;
- Folha de Verificação: auxílio à memória humana.

Os planejadores da qualidade devem se tornar mestres no uso de métodos e ferramentas do planejamento moderno da qualidade.
O planejamento da qualidade eficaz, requer um envolvimento da alta administração.
Precisamos responder as seguintes perguntas:
- Quais são as características dos produtos que são mais importantes para você ?
- Em relação à estas características, como nosso produto se compara ao dos nossos concorrentes ?
- Qual o significado destas diferenças para você ?


Princípio de Pareto: No final da década de 40, Juran identificou o princípio de “poucos mas vitais, muitos e triviais” com o engenheiro e economista italiano Vilfredo Pareto.


  1. CONTROLE DA QUALIDADE:

Todos os colaboradores da empresa, são ativos no controle da qualidade, e todos utilizam a alça do feedback.
Auto-Controle se aplica à todos.
Os gerentes devem compreender a existência, natureza e extensão de erros humanos, incluindo seus próprios.
Conhecimento profundo sobre as relações entre as variáveis dos processos.
Estabelecer metas para depois Planejar como Atingir as metas.
Os processos devem ser devidamente monitorados/medidos, para poder realizar o progresso nos resultados, como melhoramento no desempenho, satisfação do cliente e redução de custo de má qualidade.
A alta gerência deve definir critérios claros para estabelecer guias nas ações de não conformidades.

  1. GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO PARA QUALIDADE

Este é o capítulo central do assunto de fazer acontecer qualidade. O resto é apoio.
GEQ, é uma abordagem sistemática para o estabelecimento e obtenção de metas de qualidade por toda a empresa. É o ápice de um sistema mais amplo de gerenciamento da qualidade por toda a empresa. Esse sistema mais amplo pode ser chamado de GERENCIAMENTO DA QUALIDADE TOTAL.

Q GRANDE: expressão utilizada para designar um conceito amplo de qualidade no qual os “clientes” incluem todos os que são afetados; “produto” inclui bens e serviços; “processos” inclui negócios e processos de apoio.
Q PEQUENO: expressão usada para designar uma abrangência pequena de qualidade, limitada aos clientes, bens de fábrica e processos fabris.

Controle da Qualidade consiste em:
            - Avaliar os resultados obtidos;
            - Comparar com as metas;
            - Atacar no problema ou melhorar o resultado.

A “supercausa” das deficiências do passado é a falta de uma abordagem sistemática e estruturada como as já existentes para o gerenciamento financeiro.
Uma etapa fundamental para o GEQ, é a criação de uma conselho de qualidade.
As metas das características que afetam a vendabilidade do produto devem ser baseadas primeiramente no mercado: igualando ou excedendo a qualidade do mercado.
Os altos gerentes devem agir como uma fonte de indicações oara as metas estratégicas de qualidade.


  1. GERENCIAMENTO OPERACIONAL PARA QUALIDADE

O planejamento de macroprocessos requer alguma forma de abordagem em equipe.
Para muitos processos, a responsabilidade pelo controle da qualidade é vaga, isto é, ninguém possui o macroprocesso.
Se os estudos de Santayana não forem conduzidos em profundidade, as principais oportunidades de melhoria podem passar despercebidas.
Um esforço para replanejar cada microprocesso em larga escala deve ser precedido por treinamento em como planejar pela qualidade.
O aspecto motivacional pode acarretar melhorias nos processos.
Essas características de benefícios pessoais estimula muito os colaboradores à pensar em melhorias na qualidade espontâneamente.
A equipe de melhoria deve ser treinada nos seguintes quesitos:
            - Estudar sintomas;
            - Elaborar teorias sobre as causas;
            - Testar as teorias;
            - Encontrar a causa raiz;
            - Elaborar um plano de ação (remédio);
            - Estabelecer controles para manter a melhoria.
  1. A MÃO-DE-OBRA E A QUALIDADE

Qualquer tentativa de mudar a mão de obra exige que se forneça à cada colaborador uma resposta clara à pergunta: O que devo fazer de diferente  do que fazia antes ?

Alça de Feedback:série sistemática de etapas para manter conformidade com metas de qualidade ao retroceder informações sobre desempenho para atuadores corretivos:
1º Medição do desempenho real
2º Comunicação do resultado alcançado
3º Comparar resultado atingido com a meta padrão
4º Caso o resultado não alcance o objetivo, estabelecer ações
5º Implantar ações para adequar resultado na meta.

A tendência recente direciona-se ao fornecimento à mão-de-obra de informações sobre as tendências do processo e sobre a relação das condições do processo para produzir resultados.
Os membros da mão-de-obra são observadores interessados em campanhas de gerência por melhorias. Para os colaboradores participarem do planejamento da qualidade é preciso que se cire uma metodologia assim como uma oportunidade.
A participação da mão-de-obra pode contribuir substancialmente no desempenho de qualidade na empresa.


  1. MOTIVAÇÃO PARA A QUALIDADE

Ninguém é contra a Qualidade.
É necessário abordar sobre motivação para qualidade, mas não no sentido de convencer as pessoas de que a Qualidade é desejável. Ao invés disso, a necessidade de motivação surge porque existem alguns obstáculos para se obter a Qualidade, já que a eliminação de alguns destes obstáculos envolvem a motivação.
Obstáculos removíveis pela motivação:

1º Desconhecimento: as pessoas não sabem que estão criando problemas de qualidade;
2º Competição de Prioridades: As pessoas não conseguem obter qualidade porque outras metas com prioridades mais altas as impedem;
3º Subotimização: A obtenção  das metas de qualidade prejudicam a obtenção da qualidade global;
4º Mitos culturais: As pessoas têm certas crenças relacionadas à qualidade. Esses mitos podem ser um obstáculo às tentativas construtivas de se obter liderança em qualidade.

“O remédio primordial é a educação para fornecer informações sobre como o trabalho de alguém deve alcançar a qualidade.”

Mitos gerenciais:
Mão de obra é a principal fonte de problemas: Essa percepção pela gerência deve-se à distorções no fluxo de informações. Pesquisas objetivas mostram que de 80% a 90% os prejuízos são devidos à má qualidade de ações gerenciais.
A qualidade terá prioridade máxima se a alta gerência decretar: A realidade é que nada parecido acontecerá ao menos que a gerência adote mudanças fundamentais: Estabelecimento de metas, planejamento para atingir metas, provisão de recursos, medidas de qualidade, estudos sobre o progresso e revisão das recompensas.

A necessidade de motivação surge porque existem alguns obstáculos muito reais à obtenção de qualidade e porque a eliminação de alguns destes obstáculos envolve motivação.
Para lidar com resistência culturas é preciso que se compreenda, profundamente, as relações inerentes de causa e efeito.



  1. TREINAMENTO PARA A QUALIDADE

A questão mais fundamental é se é preciso ou não romper com a tradição e estender o treinamento gerencial para toda hierarquia empresarial.
O propósito básico em um treinamento deve ser a garantia de uma mudança no comportamento; executar um projeto de melhoramento; replanejar algum plano existente.


EPÍLOGO

“Não faça planos pequenos”

Metas da qualidade revolucionárias não podem ser atingidas apenas com uma aplicação mais vigorosa das maneiras tradicionais, deve-se haver inovação.



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