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– VÁ AO GEMBA
Gemba: termo japonês que significa local real ou local
onde as coisas acontecem.
Podemos
considera-lo como o processo no qual se agrega valor. Na indústria, o Gemba
abrange todo o chão de fábrica.
A
filosofia do Gemba é muito utilizada para ilustrar a importância de ir para o
local onde as coisas acontecem, antes de definir algo ou estabelecer um
procedimento operacional. Já comentamos que um dos deveres do Analista da
Qualidade é o de conhecer os processos, mas isso não é plenamente possível sem
que haja um reconhecimento “in loco” da situação, do ambiente e dos recursos
disponíveis no setor.
O Dojo é o local de
treinamento, é formalmente um lugar onde as artes marciais são ensinadas, mas
refere-se genericamente a qualquer lugar onde o ensino e a aprendizagem
aconteçam. Historicamente, o ensino e aprendizagem têm a ver com o ensino mais
sagrado ou espiritual.
O Gemba é o Dojo, ao
contrário da maioria das empresas, quando um empregado começa na Toyota, ele
fica no chão da fábrica e começa a trabalhar, sem muito treinamento, com
exceção do módulo de segurança - em outras palavras, o primeiro lugar da
formação para um novo empregado é o Gemba. Isso é bastante incomum , mas há uma
razão: o novo empregado necessita de um coração fértil e mente forte para se
tornar ensinável - não há melhor maneira de conseguir isso do que jogá-los na
linha de produção, permitindo-lhes lutar . Após o "teste de fogo" do
exercício, o novo trabalhador está pronto para ser ensinado. O ensino formal
ocorre no que é chamado de Dojo. O Dojo é um local de treinamento que tem
linhas de produção em miniatura, câmeras de vídeo, os professores ensinam na
prática e na teoria os conceitos. As principais etapas do Gemba estão descritas
abaixo:
Mas estão havendo muitas dúvidas. Dizem que se trata de
uma boa ideia, mas, às vezes, as pessoas parecem perdidas sem saber exatamente
o que fazer, ou acham que pode ser uma perda de tempo quando todos estão tão
ocupados com tantas outras coisas por fazer.
Ou ainda, muitos dizem “vou
sempre ao gemba”. Mas não tem método e propósito, muitas vezes ligado ao apagar
incêndios.
Mas o que fazer no gemba?
Existiria um roteiro ou receita para se ir ao gemba para tornar essa atividade
a mais eficaz possível? Como evitar que a ida ao gemba se transforme em uma
atividade meramente social?
Antes de qualquer coisa, ir
ao gemba é mais do que um ritual, é uma atitude. Serve para facilitar o
entendimento de uma situação, qualquer que seja ela. É muito melhor ver
diretamente com os seus próprios olhos do que ler um relatório ou escutar uma
explicação sobre uma determinada situação, fato ou problema.
Nestes casos, ir ao gemba é
a alternativa mais adequada por permitir aos envolvidos uma real capacidade de
todos entenderem o que está acontecendo, mesmo que exista a possibilidade de
outras atividades e investigações serem necessárias. Isso permite que todos
tenham um entendimento comum, tiram-se dúvidas e elaboram-se alternativas ou
sugestões.
Podemos ter várias
necessidades a serem supridas pela ida ao gemba.
1. Ir ao gemba para resolver problemas e
fazer melhorias:
Ir ao gemba permite que se
use efetivamente o método científico de resolver problemas ao evitar o
“achismo” e as discussões acaloradas em salas de reuniões, baseadas em
premissas e não em fatos concretos.
2. Ir ao gemba como parte do trabalho
padronizado de gerenciamento:
Outra possibilidade é a ida
ao gemba como parte do trabalho padronizado do gerenciamento. Pode ser tanto
como parte da gestão diária ou parte de auditorias do trabalho padronizado,
quer seja nas operações quer seja na logística ou em outras atividades.
A ida ao gemba permite que
as lideranças sejam capazes de entender e melhorar os processos, evitando,
assim, a administração por números.
3. Ir ao gemba para apoiar e ensinar
Dar o exemplo, tornando-se
visível e conhecido, ao mesmo tempo em que conhece as pessoas mais de perto,
faz parte das atividades da liderança lean. Assim, sair de sua sala e ir ver os
processos e as pessoas com eles envolvidas torna-se uma atividade que ajuda a
melhorar o moral, estimula a comunicação direta e permite maior transparência.
Assim, a ida ao gemba pode
ter vários formatos e propósitos. Mas é preciso torná-la uma atividade
relevante e essencial, devendo fazer parte das prioridades e agenda.
Pode parecer que deslocar-se
até o gemba toma tempo e os líderes ocupados apagando incêndios tendem a achar
mais fácil chamar pessoas a sua sala para darem "explicações". E mesmo
confiando na qualificação e competência de seus colaboradores, nada pior para
perpetuar os problemas e continuar engolfado nas chamas.
Tente amanhã investir alguns
minutos indo ao gemba para um assunto específico importante e sinta o quanto
suas decisões vão ser mais efetivas.
Uma vez convencido,
incorpore a ida ao gemba as suas rotinas de forma estruturada.
Logo que entrei na empresa
na qual estou trabalhando atualmente, eu
ainda não havia compreendido totalmente esta lição. Meu gerente pedia para eu
mapear um determinado processo e eu iniciava a atividade pela elaboração do
fluxograma no computador, com base nas informações contidas no procedimento.
Quando eu mostrava o fluxo do processos para meu líder, ele sempre me
perguntava se eu tinha confirmado as informações do procedimento com o setor.
No início eu via a lógica, pois eu acreditava (inocentemente) que todos seguiam
fielmente todos os procedimentos da empresa.
Quando
eu comecei a entender a importância de ir ao local à ser estudado e analisar a
situação na prática, comecei a enxergar os processos de uma forma mais eficaz.
Temos
que quebrar as correntes e ir ao Gemba.
René
Descartes, grande filósofo do século XVII, não entendia como seus colegas
filósofos abordavam uma variedade de assuntos que muitos não poderiam conhecer
profundamente sem estudar o ambiente do fenômeno.
Descartes então resolveu
“sair do conforto de sua casa bem aquecida, para percorrer uma vasta viagem
pelo frio da Europa”. René Descartes dizia que era fácil falar coisas aleatórias
sobre determinado assunto, transmitindo uma falsa impressão de domínio sobre o
tema, quando na verdade o mesmo não existia. Aplicando o método de analisar as
situações no local em que elas ocorriam, fez com que o filósofo aumentasse o
seu nível de conhecimento e consequentemente o nível de veracidade nas
informações.
Nós, enquanto profissionais
da Qualidade, não podemos nos permitir que haja uma zona de conforto em nossos
serviços, não podemos nos acomodar e achar que ir ao Gemba não é necessário.
IR AO GEMBA É FUNDAMENTAL
para quem quer aprender sobre um processo ou para quem quer melhorá-lo.
FONTES
DE PESQUISA: parte do artigo, teve como principais fontes
de pesquisa, os seguintes sites: