Todos
sabemos que os custos envolvidos em um processo de certificação e manutenção de
uma determinada norma são de certa forma “consideráveis”, porém apenas este
investimento já é o suficiente para a organização se considerar “comprometida
com a Qualidade” ? Creio que não.
A GESTÃO DA QUALIDADE É MAIS DO QUE UMA
CERTIFICAÇÃO E AS ORGANIZAÇÃO DEVEM TER CONSCIÊNCIA DISSO !
Porém, muitas empresas de pequeno e médio porte não
conseguem (ou não querem) fazer grandes investimentos voltados para o aumento
da QUALIDADE, tais como:
·
Treinamentos e Cursos
para a Capacitação dos colaboradores;
·
Investimentos em
Tecnologia (softwares e equipamentos sofisticados);
·
Investimento em
Gerenciamento de Risco (Ações Preventivas);
·
Entre outras ações;
Diante desta imensa dificuldade, como nós, Profissionais
da Qualidade, podemos fazer com que o SGQ das nossas organizações possa evoluir
e fazer com que as empresas rodem corretamente o ciclo PDCA ?
Este
é o maior desafio para a maioria dos SGQ, pois a falta de comprometimento é
relativa, e pode ocorrer nos mais variados cenários empresariais, desde Pequenas,
Médias e até mesmo nas Grandes empresas.
E
a falta de comprometimento também pode ocorrer em empresas que investem em
Qualidade, uma vez que a aplicação de investimentos não significa
necessariamente o aumento do comprometimento com a causa.
Fazer
QUALIDADE em empresas que estão comprometidas e investem na causa é fácil,
difícil mesmo é fazer a QUALIDADE “funcionar” em organizações que não investem
em QUALIDADE.
SERÁ
QUE ISSO É POSSÍVEL ?
Em
um determinado momento da história, Taichi Ohno percebeu que o Sistema de
Produção em Massa (Fordismo) não seria adequado à realidade da Toyota/Japão.
Diante deste cenário, ele absorveu o que achou proveitoso e aperfeiçoou as
metodologias que não eram aplicáveis. Através deste ajustes, Ohno provou que
poderia “fazer frente” com a Toda Poderosa Ford, mesmo com todos os empecilhos:
·
Baixa demanda;
·
Restrição em recursos
no Japão, devido ao resultado da 2º Guerra Mundial;
·
Baixo investimento no
setor;
Este
novo sistema elaborado na Toyota, ficou conhecido como LEAN MANUFACTURING ou
PRODUÇÃO ENXUTA.
FAZER MAIS, COM MENOS !
Inspirado neste grande exemplo, podemos comparar
a PRODUÇÃO EM MASSA com a GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL.
Devemos
analisar criticamente nossa organização em relação à uma GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL (Alto Investimento) e comparar se suas
metodologias podem ser adequadas no SGQ da organização, com baixo nível
investimento.
Com
toda certeza o GQT é o ideal para todas as organizações. (diferentemente da
Produção em Massa), porém em muitos casos sua implantação se torna improvável
dependendo do cenário e situação das organizações.
Sabendo
disso, devemos criar um modelo de GESTÃO DA QUALIDADE “ENXUTA”, não no sentido de GERENCIAR
MENOS QUALIDADE, mas no sentido de FAZER MAIS QUALIDADE com cada vez
MENOS RECURSOS NECESSÁRIOS... Tendo menos Recursos e fazendo mais
Qualidade, automaticamente irá criar-se uma cultura de RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS e MELHORIA CONTÍNUA DA QUALIDADE dentro
desta organização.
COMO ALCANÇAR A GESTÃO DA
QUALIDADE “ENXUTA” ?
Bom,
partindo do princípio de que a organização admite que não pretende destinar
grandes investimento no SGQ, para TER UMA MELHOR QUALIDADE, a alta-direção deve
ter ciência que deverá redobrar os esforços para fazer com que a Cultura da
Qualidade seja disseminada na organização.
Nestes
casos, o único caminho que resta, é focar no lado humano.
Devemos
fazer com que TODOS OS COLABORADORES
compreendam a importância da Qualidade para a saúde e sobrevivência da
organização.
A
QUALIDADE DEVE TER UMA PERSPECTIVA TOTALMENTE “TOP-DOWN”, que comece com a
cobrança/comprometimento da Direção e termine com a execução dos Colaboradores.
Continuamente a organização
deve fomentar e divulgar os conceitos da Qualidade, através de reuniões, treinamentos,
grupos de melhoria e etc.
A Gestão da Qualidade Enxuta deve ser exercitada
continuamente nas organizações que possuem restrições nos seus investimentos. A
GQE, de forma resumida, é uma forma de motivar um SGQ com pouco investimento à
se reciclar e otimizar seus recursos disponíveis, à fim de alcançar melhores
resultados.
Esta abordagem, que denominei "Gestão da Qualidade Enxuta", nada mais é do que uma simples indicação de como devemos buscar a melhoria contínua em cenários adversos (crise ou organizações que não dispões de tanto investimento). É possível que haja Gestão da Qualidade sem altos investimentos financeiros ? Eu acredito que sim, porém iremos precisar do INVESTIMENTO HUMANO, onde todos os colaboradores se comprometam à buscar este objetivo juntamente com o SGQ.
Ou seja, o tão falado investimento (R$) não é tão essencial, devemos ter noção de que devemos continuar nossa busca pela melhoria. Porém o COMPROMETIMENTO DE TODOS sempre será essencial !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário