Na coluna deste mês, na revista Exame, Vicente Falconi respondeu à questões bastantes relevantes no tocante das METAS.
Como é amplamente difundido por Falconi: “Gerenciar é bater Metas!” e para que possamos gerenciar nossos processos temos que tomar bastante cuidado no momento de estipular/definir uma meta.
Segue abaixo o conteúdo na íntegra:
Reprodução Revista Exame
1 – Sou gestor e proprietário de uma empresa de
agronegócio. Estou desdobrando metas para implantar uma gestão por indicadores
e, depois, um programa de remuneração variável com bônus. Meu receio é que esse
programa não cumpra seu objetivo, que é motivar o pessoal, já que para eles
receberem os bônus a empresa precisa atingir sua meta principal. Sabe o que posso
fazer nesse caso? José Roberto Ribas, de São Paulo.
“Comece pelo simples e vá
aperfeiçoando depois. No início, a maior preocupação não deve ser fazer com que
tudo saia perfeito nem atingir várias metas. Mas, sim, entender como o processo
funciona e aprender a gerenciar com método. Esse aprendizado já representa, na
verdade, uma mudança cultural muito grande. O que recomendo é começar com
somente uma meta para você, o gestor. Somente uma. Essa meta deve ser
estabelecida tendo em vista sua prioridade máxima para o ano. Isso vai fazer
com que sua equipe centre esforços no que é realmente importante para sua
empresa.
Além de não exagerar na
quantidade de metas, seja cauteloso no salto proposto. Não tente colocar uma
meta muito “desafiadora” logo de cara porque seu pessoal pode perder a
confiança. Se isso acontecer, vai ser mais difícil retomar o processo.
Portanto, prefira começar com uma meta mais fácil de ser atingida. Outro ponto
importante é construir o que se chama tecnicamente de diagrama de árvore, colocando
na ponta o valor de sua meta. A construção desse diagrama vai ajudar você e sua
equipe a visualizar a contribuição de cada um no atingimento da meta geral.
E finalmente: as metas por
si sós não vão levá-lo a lugar algum. É necessário ter bons planos de ação e
bom controle de execução. Verifique ao longo do ano como anda a execução de
cada ação e, em caso de dificuldade, ajude seu pessoal a montar bons planos de
ação e a executá-los com disciplina. Siga as recomendações contidas em meu
livro Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia, sobre como gerenciar
essa etapa. Vale o alerta: cuidado, porque somos todos procrastinadores.”
Reprodução Revista Exame
2 – Trabalho na área de saúde e segurança de uma
multinacional responsável pelo gerenciamento dessas áreas em várias unidades ao
redor do mundo. A maior dificuldade que tenho encontrado está no cumprimento de
metas. Historicamente, pude observar que, mesmo acordando um plano de ação mais
brando para todos os envolvidos, é impossível o cumprimento de 100% do plano de
ação. Aí está o ponto em questão: como posso justificar que uma ferramenta de
gestão elaborada pelos próprios envolvidos não terá um aproveitamento máximo?
Anônimo.
“Notei que em sua pergunta
você usou a expressão “cumprimento de metas”. Meta não se cumpre ou se bate
apenas pelo desejo ou por um esforço extra. Metas são executadas. Metas são
atingidas quando se coloca conhecimento novo em prática. É necessário montar
planos de ação que contenham o conhecimento necessário para atingir a meta. Se
o plano de ação é bom e a execução bem-feita, a meta deverá ser batida. O
resultado atingido é consequência de um processo que exige muita disciplina
tanto no planejamento como na execução e no acompanhamento.
Se a meta não for atingida,
é porque vale uma entre duas hipóteses. A primeira: você ainda não tem um bom
plano de ação – e, nesse caso, deve convocar rapidamente as pessoas que
entendem profundamente dos problemas que impediram que o objetivo fosse
alcançado. Ou, na segunda hipótese, a execução foi deficiente e você deve
checar isso.
A boa execução de uma meta
tem várias nuances. Primeiro você tem de ter um bom plano de ação. Muita gente
nem plano de ação faz. Ou faz sozinho, “em cima da perna” – ou seja, de
qualquer jeito. Na execução, as pessoas acabam por descobrir que várias ações
são inócuas ou impossíveis de ser executadas. Se o plano de ação tivesse sido
bem montado, deixando que todos dessem sua opinião desde o princípio, isso
teria sido reconhecido antes.
Todos precisam entender que
um plano de ação é montado coletivamente, ou seja, é um trabalho em grupo no
qual cada ação é muito discutida e avaliada antes de ser executada. Tenho
certeza de que, se observar essas coisas simples, você vai ter excelentes
resultados.”
Fonte:
Revista Exame – Coluna Gestão à Vista– Página: 75-76 – 22/07/2015
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