A certificação é determinante para uma Gestão da Qualidade correta e exemplar ? NÃO ! As certificações são apenas para comprovar através de certificados que determinada organização é capacitada naquela norma. Se o SGQ da organização definir corretamente os processos, disseminar a cultura da qualidade e de resolução de problemas, medir os resultados obtidos e buscar continuamente a melhoria dos processos, nós estaremos diante de um excelente processo de Gestão da Qualidade.
Porém muitas vezes, as organizações se utilizam das certificações para “mascarar” a Gestão da Qualidade e acabam ignorando completamente a relevância que um Gerenciamento da Qualidade pode impactar nos processos. Após as certificações, muitas organizações acabam “relaxando” na qualidade e deixam o sistema operando apenas na teoria, pois na prática sabe-se que os processos estão frágeis e mau estruturados.
Quando uma empresa não se utiliza da ISO 9001 corretamente, falamos que esta empresa é certificada na ISO 171, pois está apenas enganando a si mesmo e a seus funcionários, uma vez que se torna óbvio o fato de que esta organização não se preocupa com a Qualidade.
Sabemos que hoje em dia, a Qualidade não é mais tratada como um
- Maior comprometimento da Direção com Gestão da Qualidade;
- Fomentar a Cultura da Qualidade em todos os níveis da organização;
- Engajar todos os colaboradores em prol da CAUSA DA QUALIDADE;
- Estruturar os processos de acordo com os procedimentos;
- Analisar as ações corretivas e preventivas de uma forma mais profunda para que os planos de ação possam obter mais eficácia em seus resultados.
- Evitar que corrompam a Qualidade. A Qualidade deve ser encarada com a seriedade e importância que lhe é pertinente, e não podemos deixar com que este sistema se corrompa.
Estudando alguns arquivos antigos, encontrei esta matéria publicada em novembro de 2010, na edição nº 222 da Revista Banas Qualidade. (Autor: Helmut Ricardo Sommerfeldt).
“ Infelizmente ainda nos dias de hoje há algumas empresas que por mais que divulgue sobre qualidade, a voz do cliente, foco no cliente, só pensam em produzir peças e vender, não querem saber se estão de acordo com as especificações ou não, são enviadas assim mesmo, se passar tudo bem, se não forem devolvidas, quando o produto está ruim põem no fundo do saco, da caixa, etc. e enviam assim mesmo.
A realidade é que as empresas utilizam a certificação não como um meio de garantir a qualidade de seus produtos, mas sim como marketing para se promoverem no mercado geral, garantir novos negócios, etc. Qualidade é coisa séria, compromete dentro da empresa desde o mais humilde funcionário até o diretor em iguais condições, investir em qualidade não é prejuízo, como alguns empresários pensam, é lucro certo.
Garantir a qualidade, no modo de prevenção do problema, investindo em tecnologia, treinamento dos colaboradores, compra de equipamentos, é o que faz uma empresa crescer, diminui o prejuízo dos retrabalhos e reprovações, não adianta detectar o problema, como várias empresas fazem depois que o produto já estiver pronto, daí vira sucata, reposição do produto produzido, o prazo de entrega já expirou e seu cliente já está comprometido com o atraso da entrega, o nome de sua empresa está indo para o lixo, teu cliente com certeza não te manda mais nada para fazer e daí é só fecha r as portas.
As empresas ISO 171 são aquelas que se preocupam apenas em organizar a empresa um mês antes de uma auditoria, tanto interna como externa. Quantos aqui, principalmente Auditores, já não presenciaram esse fato em empresas, afinal ninguém é ingênuo. A mentalidade de certas empresas ainda está na década de 70 quando a qualidade não era levada tão a sério quanto hoje.
Com a vinda das normas, o país se tornou competitivo perante aos seus concorrentes diretos do Primeiro Mundo. Mas será que realmente utilizamos essas normas como se deve? Aplicamos todos os dias? Garanto que muitas empresas apenas se certificaram para poder sobreviver no mercado e aproveitando o “gancho” usando como marketing, pois se dependesse da mentalidade, jamais gastariam o seu rico dinheirinho para implementá-las, afinal qualidade não é produtiva.”
Referência Bibliográficas:
• Helmut Ricardo Sommerfeldt. “A sua empresa é ISO 9001 ou ISO 171?”. Revista Banas Qualidade, edição 222, Novembro de 2010
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