quarta-feira, 22 de julho de 2015

A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE

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As referências para a Gestão da Qualidade em uma organização, não necessariamente é obrigada à estar relacionada às normas ISO. Muitas vezes existem critérios ou metodologias que abordam as boas práticas de Gestão de um modo diferente, porém no fim das contas todas têm por objetivo a MELHORIA SISTÊMICA DA QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES.
            Com a missão de disseminar os fundamentos da Excelência em Gestão para o aumento da competitividade das organizações e do Brasil, a Rede Nacional da Gestão Rumo à Excelência reúne atualmente 54 Programas e Prêmios Regionais (incluindo o PGQP) e Setoriais que utilizam o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) em organizações que buscam a evolução da maturidade na direção de uma gestão competitiva. Para cumprir esse propósito, essa rede busca o alinhamento de seus processos de avaliação ao Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ).
Como geradora de conhecimento, a FNQ apoia tecnicamente esses programas e prêmios, por meio de disponibilização de produtos e serviços como os Critérios Rumo à Excelência e Compromisso com a Excelência, manuais de formação de examinadores e estudos de casos, os quais são desenvolvidos e validados por um Comitê Técnico, formado por representantes da Rede Nacional da Gestão Rumo à Excelência.



OBJETIVOS

• Estimular o desenvolvimento cultural, político, científico, tecnológico, econômico e social do Brasil;
• Fornecer para as organizações um referencial (modelo) para um contínuo aperfeiçoamento;
• Conceder reconhecimento público e notório à excelência da qualidade da gestão para organizações de Classe Mundial;
• Divulgar as práticas de gestão bem-sucedidas, com vistas ao benchmarking.


O caminho rumo à excelência apresenta marcos relevantes que definem os estágios de maturidade para o sistema de gestão da organização. A figura abaixo mostra o caminho representado na curva de evolução de maturidade e seus respectivos estágios.



ORGANIZAÇÕES INICIANTES (COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA) não têm claramente identificados os seus clientes e, às vezes, tampouco os seus próprios produtos. Por essa razão, não conseguem estabelecer um objetivo claro e, por conseguinte, não têm um plano que lhes permita alcançar resultados superiores. A organização que adota o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) como referência para a sua gestão consegue mapear com clareza seu negócio. O primeiro passo é fazer uma avaliação da sua gestão e traçar um plano de melhoria do desempenho, o que significa, quase sempre, assegurar a qualidade dos seus produtos e a satisfação dos clientes.
Nessa fase, os resultados não são significativos, mas a organização percebe claramente uma melhoria na sua forma de atuação, pois, ao menos, todos conseguem compreender melhor o seu papel e a direção para a qual caminha a organização.

ORGANIZAÇÕES EM ESTÁGIOS INTERMEDIÁRIOS (RUMO À EXCELÊNCIA) estão em uma fase de grande entusiasmo porque começam a obter os primeiros resultados decorrentes da padronização. Os processos agora estão delineados, e a organização começa a sair de uma postura reativa para, pró-ativamente, buscar soluções para seus problemas mais agudos. É natural que nessa fase os processos não estejam totalmente disseminados. A primeira dificuldade que a organização busca superar é a integração entre as suas áreas de trabalho, para que, de forma coordenada, consigam implementar melhorias sustentáveis. Essa é uma fase de muita atividade, mas também de grandes conquistas. Assim, é fácil para a liderança mobilizar as pessoas na busca da sua visão. Aquelas organizações que conseguem estabelecer uma estrutura interfuncional e aprendem a acompanhar os projetos de melhoria conseguem subir de patamar de maturidade. Superando esse primeiro grande desafio organizacional, começam a atender de forma consistente aos requisitos das partes interessadas, e assim melhoram a satisfação dos clientes e da força de trabalho. Persistindo na aplicação do modelo, as organizações atingem níveis de desempenho em algumas áreas superiores aos seus concorrentes.

ORGANIZAÇÕES EM ESTÁGIOS AVANÇADOS (CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA) no caminho da excelência têm um sistema de gestão delineado e implementado. Avaliam e melhoram de forma rotineira os seus resultados e as suas práticas de gestão. Claramente, apresentam resultados acima dos concorrentes em várias áreas, mas têm dificuldade em alcançar os referenciais de excelência. O fundamento cuja aplicação é crítica e coloca em prova essas organizações é a constância de propósitos. Elas se veem de frente aos problemas crônicos e culturais não resolvidos. Quando percebem que para resolver esses problemas precisam promover maior integração interna e desenvolver parcerias, é aí que encontram a solução e, então, voltam a melhorar seus resultados e se tornam um referencial de excelência.



FUNDAMENTOS
O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está alicerçado por um conjunto de conceitos denominados Fundamentos da Excelência em Gestão.
Os Fundamentos da Excelência expressam conceitos reconhecidos internacionalmente e traduzem-se em processos gerenciais e consequentes resultados, que são encontrados em organizações classe mundial, ou seja, aquelas que buscam, constantemente, aperfeiçoar-se e adaptar-se às mudanças globais. São eles:

1.    PENSAMENTO SISTÊMICO: Compreensão e tratamento das relações de interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre eles e o ambiente com o qual interagem.

2.    ATUAÇÃO EM REDE: Desenvolvimento de relações e atividades, em cooperação entre organizações ou indivíduos com interesses comuns e competências complementares.

3.    APRENDIZADO ORGANIZACIONAL: Busca de maior eficácia e eficiência dos processos da organização e alcance de um novo patamar de competência, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de conhecimento e experiências.

4.    INOVAÇÃO: Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias, capazes de gerar ganhos de competitividade com desenvolvimento sustentável.

5.    AGILIDADE: Flexibilidade e rapidez de adaptação a novas demandas das partes interessadas e mudanças do ambiente, considerando a velocidade de assimilação e o tempo de ciclo dos processos.

6.    LIDERANÇA TRANSFORMADORA: Atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar, realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes interessadas.

7.    OLHAR PARA O FUTURO: Projeção e compreensão de cenários e tendências prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização, no curto e longo prazos, avaliando alternativas e adotando estratégias mais apropriadas.

8.    CONHECIMENTO SOBRE CLIENTES E MERCADOS: Interação com clientes e mercados e entendimento de suas necessidades, expectativas e comportamentos, explícitas e potenciais, criando valor de forma sustentável.

9.    RESPONSABILIDADE SOCIAL: Dever da organização de responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das condições de vida, por meio de um comportamento ético e transparente, visando ao desenvolvimento sustentável.

10. VALORIZAÇÃO DAS PESSOAS E DA CULTURA: Criação de condições favoráveis e seguras para as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do desempenho, na diversidade e fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos favoráveis à excelência.

11. DECISÕES FUNDAMENTADAS: Deliberações sobre direções a seguir e ações a executar, utilizando o conhecimento, gerado a partir do tratamento de informações obtidas em medições, avaliações e análises de desempenho, de riscos, de retroalimentações e de experiências.

12. ORIENTAÇÃO POR PROCESSOS: Busca de eficiência e eficácia nos conjuntos de atividades que formam a cadeia de agregação de valor para os clientes e demais partes interessadas.

13. GERAÇÃO DE VALOR: Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência, e que atendam às necessidades das partes interessadas.



    CRITÉRIOS
  Os Critérios são características tangíveis, mensuráveis quantitativa ou qualitativamente, propostas na forma de questões que abordam processos gerenciais e solicitações de resultados.
  O objetivo da distribuição das exigências em Critérios e Itens é facilitar o entendimento de conteúdos afins e reproduzir, de forma lógica, a gestão de temas essenciais de uma organização. Os Critérios de Excelência são representados na seguinte figura, sugerindo uma visão sistêmica da gestão organizacional.



▪ Liderança: Cultura organizacional e desenvolvimento da gestão, da governança, dos riscos, da interação com as partes interessadas, do exercício da liderança e da análise do desempenho da organização.

▪ Estratégias e Planos: Formulação e implementação das estratégias, por meio de análise dos ambientes interno e externo, ativos intangíveis, como a definição de indicadores e metas, desdobramentos de planos de ação.

▪ Clientes: Análise e desenvolvimento de mercado, entendimento das necessidades e expectativas dos clientes atuais e potenciais, gerenciamento da marca e imagem da organização e relacionamento com clientes.

▪ Sociedade: Responsabilidade socioambiental e desenvolvimento social, que incluem identificação das necessidades e expectativas da sociedade, atendimento à legislação.

▪ Informações e Conhecimento: Informações da organização, desde a identificação de necessidades até a implantação do sistema de informação, e gestão do conhecimento organizacional, ao identificar, desenvolver, reter e proteger, difundir e utilizar os conhecimentos necessários para a implementação das estratégias.

▪ Pessoas: Sistemas de trabalho, identificação de competências, seleção e integração de pessoas, avaliação de desempenho, remuneração e reconhecimento, capacitação e desenvolvimento, preparação de novos líderes e qualidade de vida.

▪ Processos: Processos da cadeia de valor em interação, projetados para atender aos requisitos de produtos, das partes interessadas, que realizam as transformações e entregas da organização, considerando em destaque os relativos a fornecedores e os econômico-financeiros.

▪ Resultados: Apresentação de resultados estratégicos e operacionais relevantes para a organização, na forma de indicadores que permitam avaliar, no conjunto, a melhoria dos resultados, o nível de competitividade e o cumprimento de compromissos com requisitos de partes interessadas, nas perspectivas econômico-financeira, socioambiental e relativas a clientes e mercados, a pessoas e aos processos da cadeia de valor.



Fonte:
·         Livro: Critérios Compromisso com a Excelência e Rumo à Excelência. FNQ. 2009-2010;
·         Livro: Critérios Compromisso com a Excelência. FNQ. 2014.
·         Livro: Modelo de Excelência da Gestão®. FNQ. 2014.

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